Tande
Alexandre Samuel Ramos
20/03/1970
Resende/RJ
PERFIL
Sabe aquele atleta que joga para a torcida, que a todo ponto vibra como se estivesse na arquibancada, que em um momento mais complicado da partida pede que o público ajude? Esse era Tande, o ex-camisa 14 da seleção brasileira, mestre na interação com a plateia, principalmente em jogos do time nacional dentro de casa. E a torcida sabia: se o Brasil estivesse na frente do placar, o atacante faria o famoso saque “Jornada nas Estrelas”, para delírio dos presentes.
Mas o atleta que adorava um show em quadra também tinha os seus momentos de “off”, como descobriu a psicóloga da seleção, Maria Regina Brandão, ao traçar o perfil dos jogadores que disputariam os Jogos de Barcelona, em 1992. O técnico José Roberto Guimarães, ao tomar conhecimento da informação, passou a dar treinos mais desafiadores a Tande, para evitar que ele dispersasse. E o resultado não poderia ter sido melhor: o atacante foi um dos destaques na campanha do inédito ouro olímpico.
Campeão do torneio mais importante da modalidade com apenas 22 anos, Tande se tornou um dos destaques de uma geração que começava a se firmar no voleibol mundial. Um ano depois da conquista em Barcelona, ele foi campeão da Liga Mundial, em São Paulo. O ex-jogador era ídolo não apenas de admiradores do esporte, mas também de adolescentes que enxergavam em Tande qualidades que iam além de suas cortadas, defesas e passes em quadra.
PARADA FORÇADA
Por muito pouco, a vida do fluminense de Resende não tomou outro rumo que não fosse nas quadras da modalidade. Aluno da escolinha de vôlei do Botafogo desde os 12 anos, Tande precisou parar de frequentá-la depois que seu pai foi transferido para o Uruguai por razões profissionais.
O retorno da família Samuel Ramos ao Brasil colocou mais uma vez Tande em contato com o vôlei, mas não mais no Rio de Janeiro, e sim em Brasília. Na capital federal, o ex-jogador defendeu as cores da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) por um ano. O bom desempenho na equipe brasiliense o levou para o tradicional time do Banespa, em 1988.
Na equipe paulistana, Tande experimentou pela primeira vez o sabor das grandes conquistas ao ser tricampeão brasileiro e também tricampeão paulista. O irmão da medalhista olímpica Adriana Samuel permaneceu no Banespa até 1992, quando se transferiu para o italiano Mediolanum, de Milão, logo após os Jogos de Barcelona.
A experiência na Europa durou até 1994, com o repatriamento dos campeões olímpicos às quadras brasileiras. Tande foi jogar pela primeira vez como profissional no seu estado natal, defendendo as cores do seu time de coração, o Flamengo. Mas o projeto durou apenas dois anos.
Em 1996, o medalhista olímpico se mudou para Campinas, para defender o Olympikus, time que contava ainda com o levantador Maurício e o técnico Bebeto de Freitas. No mesmo ano, viajou a Atlanta em busca do bicampeonato olímpico com a seleção. Mas a equipe de Zé Roberto fracassou, terminando em uma modesta quinta posição.
ENTRE A PRAIA E A QUADRA
O atacante trocou de piso um ano depois da fraca campanha do time verde-amarelo em Atlanta. Na areia, Tande teve como companheiro grandes nomes da modalidade, como Emanuel, Loiola, Pará, Franco e Pedro Cunha, além de Giovane, o seu primeiro parceiro.
O sonho de mais uma medalha olímpica, no entanto, afastou Tande das areias. O ex-atacante resolveu voltar à quadra para jogar as Olimpíadas de Sydney, em 2000, assim como Giovane. Mas, novamente, a seleção não foi bem. Agora sob o comando de Radamés Lattari e com novos jogadores no elenco, como Dante e Giba, o time terminou na sexta posição.
Tande voltou a praticar vôlei de praia logo depois de Sydney. Em 2001, o ex-atleta viveu o seu auge na categoria, sendo campeão brasileiro, mundial e eleito o melhor jogador do País.
PAI E COMENTARISTA
Foi em uma participação no “Domingão do Faustão” que Tande conheceu a atriz Lizandra Souto, sua mulher desde 1996. Mas o namoro só começou mesmo depois que o ex-jogador fez uma participação na novela “Quatro por Quatro”, onde Lizandra atuava. Da união que já dura 12 anos, nasceram Yasmim e Yago.
A geração que não pôde ver Tande atuar na quadra e nas areias tem a oportunidade de escutá-lo nas transmissões globais de vôlei. Vez ou outra, o campeão olímpico ainda se arrisca a fazer matérias para a emissora carioca. Se já não tem mais o poder de pedir à torcida que grite para a seleção, agora Tande analisa o comportamento do time e do público das cabines de TV.
Fontes: Gazeta Esportiva / Isto é / Wikipédia
PRINCIPAIS TÍTULOS
Pela Seleção:
Campeão da Liga Mundial (1993)
Campeão olímpico nos Jogos de Barcelona (1992)
Campeão do Super Four (1992)
Medalha de prata no Pan-americano de Havana (1991)
Por clubes:
Tricampeão da Liga Nacional de Clubes (1989/90, 1990/91 e 1991/92)
Tricampeão paulista (1989, 1990 e 1991)
Campeão do Mundial Interclubes (1992)
Na praia:
Tricampeão do Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia (1998, 2001 e 2004)
Campeão do Circuito Mundial com Emanuel (2001)
Medalha de prata no Circuito Mundial (2004)